Trechos do livro inédito "ASTROLOGIA CONTEMPLATIVA E SIMBÓLICA" de Abel Fernandes

sexta-feira, 22 de junho de 2007



ASTROLOGIA E PSICOLOGIA

Antes de começarmos a nos aprofundar no estudo da Astrologia, falaremos um pouco da Psicologia Esotérica, pois são duas ciências que não podem viver separadas. Tomaremos como base, não a Psicologia Acadêmica, mas a Psicologia proveniente das Escolas de Mistérios.

Nas Escolas de Mistérios se ensina que a máquina humana possui sete funções diferentes:
1-A função instintiva (todo o trabalho interno organismo).
2-A função motriz (todo o trabalho externo do organismo).
3-O sentimento (ou emoções).
4-O pensamento (ou intelecto).
5-O sexo (função dos princípios masculino e feminino).
6-Função emocional superior.
7-Função intelectual superior


A primeira função, a instintiva, tem como ponto de origem o Centro Instintivo. Essa função compreende todo o trabalho interno do organismo. A digestão, a assimilação dos alimentos, a respiração, a circulação do sangue, a restauração das glândulas de secreção interna. Também os cinco sentidos, todas as sensações agradáveis ou desagradáveis, tais como as de calor, frio, todas as espécies de dores ou prazeres físicos; todos os reflexos, tais como o riso, o bocejo; todos os tipos de memória física, como a do gosto, do cheiro, da dor; enfim, todo o trabalho orgânico do corpo. Tudo isso são funções provenientes do Centro Instintivo.

A segunda função, a motriz, é aquela que abrange todos os movimentos externos tais como andar, correr, chutar, escrever, falar, cantar, comer e a memória que se tem deles. Tudo o que possibilita o homem mover-se tem sua origem no Centro Motor, mesmo os movimentos chamados de instintivo, tais como o de agarrar um objeto que cai sem pensar.
A diferença entre a função instintiva e a motriz é que a primeira é inata, isto é, todas as funções instintivas, o homem já nasce sabendo; não precisa aprendê-las. O homem precisa aprender a andar, nadar, jogar bola, falar, bater a máquina, dirigir um carro. Portanto são funções do Centro Motor.

A terceira função é a capacidade que o homem possui de sentir, emocionar-se; alegria, tristeza, medo, surpresa. Porem, devemos ter muito cuidado para não misturar as funções emocionais com as funções da mente, do sexo e do Centro Instintivo. E é bom que se saiba que nem todos os sentimentos e emoções que sentimos pertencem ao Centro Emocional.
As funções realmente provenientes do Centro Emocional são aquelas que nos fazem sentir o belo, o feio, o bem, o mal, etc., Sem, porem, identificar-se com essas coisas. É essa capacidade que o homem possui de perceber a harmonia, a desarmonia, a ordem, a desordem. É aquilo que nos faz sentir que uma pessoa é boa sem necessitar de conhecê-la intimamente.
O Centro emocional apenas sente as coisas. E pode emocionar-se ao presenciar uma obra de arte, ou uma tragédia. Todo o artista se orienta por essa função. O artista “sente” que uma coisa é bela ou não.
Ele pode não saber explicar como, nem porque, mas é capaz de sentir.
A emoção difere da sensação que é um atributo do Centro Instintivo, e difere também da sensualidade, que é uma manifestação do Centro Sexual.

A quarta função, ou seja, o pensamento, ou intelecto, tem como seu centro de gravidade a mente ou Centro Inteleual.
É a capacidade que o homem possui de pensar, refletir, transmitir seus pensamentos através das palavras, ou através da escrita, aprender, ensinar.
A função intelectual inclui todos os processos mentais percepção, construção de representações e conceitos; raciocínio, comparação, afirmação, negação, imaginação.

A quinta função é a do sexo. É a força de atração que une o homem a mulher para procriar. Pode-se dizer que esta função está intimamente ligada ao Centro Instintivo e Centro Motor, e mais adiante nós saberemos porquê.

A sexta função, ou seja, a do Centro Emocional Superior, é de um nível muito elevado, e poucas são as pessoas capazes de sentir essa função. Ela produz estados de almas superiores, tais como a contemplação, a fé, a adoração, a espiritualidade, o êxtase, a iluminação, etc.

E a sétima função, a do Centro Intelectual Superior, é de um nível mais elevado ainda. Ela dá ao homem a possibilidade de conhecer a realidade objetiva das coisas. Produz um conhecimento, uma sabedoria que transcende a tudo o que se possa imaginar. Somente os grandes homens tais como Jesus, Buda, e outros, foram capazes de sentir essa função em toda sua totalidade.
No estado em que nos encontramos podemos ter apenas "vislumbres" desse estado.

Agora passaremos a estudar a relação entre essas funções e os planetas. Cada uma delas está ligada a um planeta.

A função instintiva é regida pela Lua.

A função motriz e a função sexual são regidas por Marte e a Lua, respectivamente, sendo que Marte está ligado a função sexual do homem, e a Lua a da mulher. É por esta razão que a função sexual está intimamente relacionada com os centros instintivo e motor.

A função emocional, por Vênus.

A função intelectual é regida por Mercúrio.

A função emocional superior é regida por Urano, (ou Netuno ?)

e a função intelectual superior é regida por Netuno. (ou Urano ?)

Aqui há que se esclarecer o seguinte: Alguns astrólogos, principalmente os rosacrucianos, discípulos de Max Heindel (que foi discípulo de Alan Leo) afirmam que Urano é a oitava superior de Vênus, portanto, rege o Centro Emocional Superior e consequentemente a glândula pineal, e Netuno é a oitava superior de Mercúrio e, portanto, rege o centro intelectual superior e a glândula pituitária.
Outros afirmam que Urano rege a mente superior e Netuno o centro emocional superior! Quem está com a razão? Mais para frente faremos um estudo meticuloso sobre esse assunto.

O Sol rege a essência humana, (ou Espírito). A Essência, (Espírito), é o ponto central em torno do qual giram os sete centros do homem, tal como em torno do Sol giram os planetas. É ela que vivifica e mantêm ativo esses centros.
Quando a Essência abandona o corpo na morte, cada um desses centros vão deixando de funcionar no seu devido tempo.

Diz um antigo aforismo ocultista que "assim como é embaixo é em cima e assim como é em cima é em baixo”. Isto quer dizer que o homem é uma miniatura do Sistema Solar. Tal como no grande sistema solar o Sol está no centro e os planetas giram em seu redor, assim também no pequeno “sistema solar”, o homem, a Essência está no interior, e em torno dela giram os Centros de percepção.

Os dois grandes planetas Júpiter e Saturno também estão presentes dentro do homem, e deles falaremos mais tarde.
Por ora diremos que Júpiter é a força benéficia que harmoniza, ao passo que Saturno é a força que desarmoniza. Júpiter facilita o trabalho dos centros e Saturno dificulta. Júpiter ilumina, expande, revigora. Saturno obscurece, restringe e enfraquece.

Esses centros nasceram dentro do homem para servir a Essência, ao Espírito. Esta é a meta da evolução humana. Algum dia o homem será o senhor absoluto do seu pequeno mundo. Porem, atualmente, se dá o contrário. Esses centros não obedecem o Espírito, a Essência, e sim, a Personalidade.
E pode acontecer, também, deles não servirem nem ao Espírito, ou Essência, nem a personalidade, e sim, a eles mesmos, ou então a outras autoridades fora do homem.

O que é a personalidade?
A personalidade é tudo o que o homem adquire do mudo. O seu nome, seus costumes, seus hábitos, sua identificação com uma família, ou estado, ou país.
Sua profissão na vida. Seus. Divertimentos, prazeres, manias, vícios.
Tudo isto forma a personalidade.
A personalidade é algo que pode sofrer mudanças, alterações. Pode morrer e renascer de novo. Um homem pode destruir sua personalidade e criar uma outra nova e diferente.
Ela vive dos estímulos provenientes do mundo. Depende do mundo.

A Essência, ou o Espírito, é exatamente o oposto da personalidade.
Não pode ser transformado. Já nasce feito. Não depende de nada exterior.
A personalidade aprende tudo por imitação. A Essência, ou Espírito, não imita. Cria.
A personalidade é a forma. A Essência, o estilo.
A personalidade é regida pela Lua. A Essência, pelo Sol.
A personalidade é mortal. A Essência, imortal.

Agora temos que saber exatamente o que é a “consciência”.
A consciência resulta da união entre a Essência e a personalidade. Ela possui níveis bem definidos.

Existem quatro tipos de consciências.
O primeiro tipo de consciência é o estado de sonho.
O segundo é o estado de vigília.
O terceiro é o estado de consciência de si.
E o quarto é o estado de consciência objetiva.

No primeiro estado o homem vive dentro de uma condição puramente subjetiva. Nada é real. O homem não distingue o “eu” do “não eu”. Vive numa condição fantástica, onde as coisas mais ilógicas, mais absurdas são vistas com naturalidade. Não há espírito crítico. Tudo se mistura e se confunde num caos indescritível. Esse é o estado em que o homem se encontra quando está adormecido em sua cama, ou na rede. Quando está rodeado de sonhos. Todas as suas funções trabalham sem direção definida. O passado se mistura com o futuro; lembranças mortas revivem dentro o homem; vagas percepções ou barulhos provenientes do exterior deixam apenas um leve vestígio na memória, e na maioria das vezes, não deixam vestígio algum.

O segundo estado aparece quando o homem desperta. Esse é o estado no qual nos achamos quando andamos na rua, trabalhamos, comemos e falamos. Temos aquilo que se chama “consciência lúcida". Porem, é um estado bem semelhante ao outro. Apenas temos um espírito mais critico no momento. Sabemos distinguir entre o real e o imaginário; entre o que está dentro e o que está fora. Todavia, na maioria das vezes, nos achamos longe do lugar em que estamos. Passamos o tempo todo devaneando, sonhando acordados, relembrando fatos passados, decidindo coisas para o futuro. Conversamos interiormente, discutimos, cantamos, e às vezes até brigamos em nossos pensamentos.
Nesse estado o que não percebemos é que somos um joguete das influências planetárias. Toda essa “agitação” interior; toda essa atividade psicológica é o resultado das influências do momento.
Nossa alma é como uma “nuvem disforme” que é modelada pelas influências provenientes dos planetas. As forças astrológicas atuam nessa “massa disforme” e compelem-na a agir nesta ou naquela direção. Se os planetas estão bem colocados, bem aspectados, nos sentimos alegres, eufóricos. Basta uma leve mudança de condição, um breve “roçar” de um planeta num ponto critico do espaço, e nossa alma muda completamente.
Essa é a condição em que o homem se encontra quando está no segundo estado de consciência, o de sono.

No terceiro estado, ou seja, na consciência de si, o homem deixa de ser um joguete das influências planetárias. Ele “sente” as condições do momento, mas estas não têm poder algum sobre ele. Ele é que dá direção aos seus pensamentos, desejos, sentimentos, sensações. Tudo acontecia ao acaso, acidentalmente. Já nesse estado as coisas são diferentes. Nada é acidental. Tudo tem um propósito.

O quarto estado, a consciência objetiva, é um assunto que por hora não nos interessa, por ser muito raro no homem comum. Só diremos que nessa condição o homem sabe muito. Conhece muito. E é senhor absoluto do seu universo e do seu destino.

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Quem sou eu

Sou poeta, escritor, marchand, antiquário, artista plástico,fotógrafo amador, astrólogo, mitólogo, professor de desenho e pintura.